Reunião definirá futuros projetos para o Quilombo Manoel Barbosa
No dia 9 de janeiro, a partir das 19h30min, será realizada uma reunião no Quilombo Manoel Barbosa (parada 107 da RS 30) para definir futuros projetos para a comunidade. O encontro irá preparar ainda a escolha de um representante do quilombo para participar da Conferência Nacional da Juventude, que será realizada em Brasília no mês de abril (a escolha será no dia 12 de janeiro e concorrem moradores com idade entre 16 e 29 anos).Além dos moradores do quilombo, participarão da reunião na sede da Associação dos Remanescentes do Quilombo Manoel Barbosa o assessor de Políticas Públicas para o Negro, Claudiomiro Silva, a assessora de Políticas Públicas para a Juventude, Januária Rodrigues, e representantes da Funasa. Segundo Claudiomiro, a data foi escolhida para comemorar a sanção da lei 10639/03, que obriga a inclusão da história e da cultura africana e afro-brasileira no sistema de ensino médio e fundamental brasileiro.“Vamos falar sobre a implantação da lei em Gravataí. E vamos apresentar a planta baixa elaborada para a reforma da sede do Quilombo Manoel Barbosa, que possibilitará a implantação de vários cursos que beneficiarão os quilombolas”, explicou ele.CursosA reforma da sede possibilitará a realização de cursos especiais do Senai. Antes da conclusão das obras, os técnicos da entidade aproveitarão os trabalhos para treinar alunos no assentamento de azulejos, instalações hidráulicas e elétricas e pinturas. Estes cursos de uma ou duas semanas beneficiarão os quilombolas.Projetos futurosCom a sede pronta, serão implantados cursos de panificação e confeitaria, aproveitando as experiências culinárias. O espaço terá bancadas preparadas para os cursos e um local onde, futuramente, deverá ser implantado um telecentro. A sede será toda adaptada para o uso de pessoas com deficiência, inclusive os dois banheiros que serão construídos. Na reunião também deverão ser pensados outros projetos futuros a serem implantados no Quilombo Manoel Barbosa.
fonte:
http://www.gravatai.rs.gov.br/noticias/imprimir.php?id=10726
CHÁCARA DAS ROSAS E O QUILOMBO DE MANOEL BARBOSA: UMA ORIGEM COMUMA
A origem da comunidade de Chácara das Rosas remonta a um outro quilombo mais antigo, Manoel Barbosa. Rosa Barbosa de Jesus, fundadora de Chácara das Rosas, era uma das 12 filhas de Manoel Barbosa e Maria Luiza Paim de Andrade, fundadores do quilombo de Manoel Barbosa, localizado em Barro Vermelho, zona rural do município de Gravataí.Manoel e sua esposa, Maria Luiza, adquiriram terras em Gravataí nos últimos anos do século XIX. Na época, a escravidão já havia sido abolida e ambos eram ex-escravos. Manoel comprou terras de um antigo senhor de nome José Joaquim Barbosa e, de acordo com a antropóloga Vera Rodrigues e o historiador Vinícius Oliveira (2006), é bem provável que a venda de parte dessas terras tenha ocorrido após a ocupação do território, visando regularizar uma situação já existente. Maria Luiza ganhou o restante das terras de sua antiga senhora e madrinha de nome Isaura.O quilombo de Manoel Barbosa, formado pelos descendentes de Manoel e Maria Luiza, existe até o presente, e seus moradores reivindicam a titulação de suas terras. O território se encontra, desde 2004, em processo de regularização fundiária pelo Incra.Foi no quilombo de Manoel Barbosa que Rosa nasceu no ano de 1908. Aos dezoito anos, casou-se com João Maria Generício de Jesus, filho de ex-escravos e nascido na região de Barro Vermelho. Após o casamento, Rosa e João se mudaram para o município de Canoas, tendo adquirido uma pequena porção de terras na localidade.As razões pelas quais o casal saiu de Barro Vermelho para viver em Canoas são desconhecidas. Também não se sabe ao certo como o casal teria adquirido essa porção de terras. Há relatos, como o de Jorge Gabriel de Jesus, filho do casal, que indicam que os pais adquiriram as terras por meio da compra. Já Isabel, neta de Rosa e João, afirma que elas foram doadas por um fazendeiro, como presente de casamento. O fato é que João Generício de Jesus trabalhava com a venda de lenha e, por essa razão, circulava por diversos locais da região, inclusive pelo município de Canoas.Rosa e João tiveram 12 filhos. Com o falecimento do marido no ano de 1952, Rosa teve que criar os filhos sozinha. João Generício trabalhava como agricultor e também em outras atividades externas ao território da comunidade e, com a sua morte, Rosa e seus filhos enfrentaram grandes dificuldades econômicas, sobrevivendo da pensão do falecido marido. A alternativa encontrada pela família foi dar continuidade à venda de flores e verduras como forma de complementar a renda.
fonte:
http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/rs/_chacararosas/chacara_manoelbarbosa.html
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